História
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DIGA-ME QUEM TU ÉS (O CARIOCA)
Tudo começou nas areias da Praia de Piatã. No início da década de 80, o carioca, Gilson Lima Júnior, e a cearense, Maria de Fátima Freitas, foram atraídos pelas belezas da Bahia e resolveram morar na capital, Salvador. Como forma de sustento, Gilson resolveu vender coco na praia. Mas não demorou muito nessa atividade. O destino tirou o casal das areias e levou para bem pertinho dos tachos.
Do comércio de cocos, Gilson passou a vender pastel na praia e conquistou a clientela da região. Os ingredientes dessa história começaram a mudar. A placa que anunciava a venda de pasteis fritos na hora numa barraca improvisada à beira mar, não foi suficiente para identificar que o pastel era feito pelo Gilson, conhecido por muitos como carioca. Em pouco tempo, todos já marcavam os encontros no Pastel do Carioca. A marca, que hoje está consolidada no mercado de alimentos, nasceu assim, na boca do povo.
O Carioca
O movimento foi crescendo. A fama do Pastel do Carioca, lá da década de 80, já era grande. Diante do sucesso, Gilson Lima, sempre cuidadoso e em busca pela perfeição, começou a fazer experimentos para melhorar a massa. O esforço valeu a pena. Hoje, a massa “sequinha” e crocante vendida nas três unidades da empresa continua agradando a clientela. Mas o sucesso não podia ser restrito àquela região. Com um dom de empreender e se comunicar, o Carioca, queria ir além(resolveu apostar em feiras que aconteciam no Parque de Exposições). Sempre apoiado pela sua mulher, Maria de Fátima, (que na época trabalhava com revenda de motos e posteriormente automóveis, mas que com o crescimento da empresa e a pedido de Gilson há mais de quinze anos assumiu a administração da pastelaria) resolveu apostar em feiras que aconteciam no Parque de Exposições.
Um homem visionário
Com uma visão comercial apurada e o tino para fechar parcerias, Gilson ganhou o mercado de feiras não só em Salvador, mas também em outras cidades do estado. O Pastel do Carioca esteve presente no Arraiá da Capitá, na Feira dos Municípios e em feiras no Centro de Convenções. Hoje, participa do Festival de Verão ,(carnaval) e outros grandes shows. “Quando as feiras acabavam, surgia o questionamento dos clientes. Onde vou encontrar esse pastel depois?”, revela Maria de Fátima, que recebeu a equipe da Gn Litoral na Central de Produção do Pastel do Carioca. Carioca. Em Vitória da Conquista, no sudoeste baiano,não foi diferente. Depois de levar o pastel para a cidade, em duas ocasiões - o carnaval fora de época e uma feira de agropecuária - os próprios clientes, tristes de não poderem mais comer o pastel com o fim dos eventos, agiram por si só. “As pessoas gostavam tanto do pastel que arranjaram uma lanchonete para ele ficar por lá”, lembra. Essa foi a primeira loja fixa do Pastel do Carioca.
Mas a paixão por Salvador não deixou que a marca ficasse lá por muito tempo. Logo, a unidade foi transferida para a capital. O primeiro ponto (fixo) de venda foi na Estrada do Coco, onde hoje está o McDonald´s. Era um trailer, armado na sombra de uma mangueira. Sucesso absoluto. O local era muito frequentado por quem passava por ali. Depois de anos na área surgiu a primeira loja do Pastel do Carioca na região metropolitana de Salvador, a unidade em Lauro de Freitas. Cerca de 10 anos depois, houve a inauguração da loja do Multishop, na Boca do Rio, e finalmente a unidade Guarajuba, aberta em Dezembro de 2011.
Legado
A história que começou lá na década de 80, nas areias da praia de Piatã, hoje é levada adiante pela esposa do Carioca, Maria de Fátima. Gilson faleceu em Novembro de 2010, e deixou, além de muita saudade, um legado, fruto de anos de trabalho e dedicação total. À frente dos negócios, Maria de Fátima dá seguimento àquilo que foi deixado pelo seu marido e planeja a expansão da marca. Sempre com cautela e prezando pela qualidade do produto final. Todo o sabor do Pastel do Carioca despertou interesse de empresários baianos e de outras partes do país, como São Paulo e Minas Gerais. “Somos frequentemente procurados para abrir franquias, mas tenho medo de perder a qualidade. Não é que não pretendo, mas prefiro deixar isso a cargo dos meus filhos, daqui a uns anos, quando eu entregar a administração para eles”, afirma.
Hoje, a filha mais nova, Paloma Freitas Lima, 28, está trazendo a experiência e a juventude para o escritório. Formada em turismo e hotelaria, com bacharelado interdisciplinar em artes e agora cursando licenciatura em dança, ela encontra um tempo na atribulada agenda para se dedicar a automação( e modernização) do Pastel do Carioca.
Paloma Freitas lembra ainda de outras características marcantes do pai que continuam fazendo a diferença no dia-a-dia. “Ele sempre buscava a perfeição. O rigor com o pastel era grande. Não usamos óleo na fritura dos pastéis, nossos tachos usam uma mistura de água e sal que puxa as impurezas para o fundo e combinado com a gordura vegetal hidrogenada fazem com que o pastel seja “sequinho”. Mas Para a massa sair do jeito que ele gostava, é preciso a gordura está na temperatura adequada. Meu pai prezava sempre pela qualidade, todos os detalhes eram importantes. Nós aprendemos e até hoje é assim Até hoje é assim”, fala.
Parcerias e conquistas
Para chegar onde a marca chegou, os ensinamentos do Carioca foram imprescindíveis. Como um bom comerciante, ele adorava sentar, conversar, bater papo. Assim foram feitas as grandes parcerias. Ele não fechava um negócio, fazia amigos. A forma como ele lidava com os clientes também é colocada em prática ainda hoje. “Não adianta termos o melhor produto se não sabermos vendê-lo. O trato com o cliente é fundamental. Se o funcionário trata bem o cliente, o cliente(ao ser bem atendido, ele não só retorna ao estabelecimento como indica para os amigos. Ganham os dois lados, afinal nos consagramos no mercado através da propaganda “boca-a-boca” e até hoje a opinião dos nossos clientes nos é muito cara ”, conta a empresária, Maria de Fátima. O Pastel do Carioca hoje não está presente apenas nas lojas. Além de eventos fechados, toda a estrutura pode ser contratada e levada para festas corporativas, aniversários, coquetéis, congressos e outros eventos. A promoter Lícia Fábio teve um papel importante nesse segmento. “Na época da loja da Estrada do Coco a sócia dela queria um pastel pequeno, para um evento em Mata do São João. Foi aí que surgiram os pastelitos, desenvolvido para essa ocasião”, lembra. Todos gostaram do sabor. Lícia Fábio passou a fechar parcerias e colaborar na inserção da marca em eventos importantes.
Loja de Guarajuba
A unidade em Guarajuba, a mais recente loja da empresa, tem um significado importante. Foi a primeira aberta por Maria de Fátima depois do falecimento do esposo. Inaugurada há menos de um ano, a loja já passou por reformas para atender a grande demanda da alta estação. Depois de um verão de sucesso, a expectativa agora é pelas férias de Junho, época de bastante movimento no Litoral Norte. “Já fizemos uma reforma, ampliamos a cozinha, para melhor atender nossos clientes”, revela Paloma. A loja fica no Guarajuba Shopping.
12 funcionários de lá fazem parte de um time de 50 pessoas que se dedicam diariamente para levar adiante o sucesso do Pastel do Carioca. O trabalho com amor e dedicação, típicos de Gilson Lima, faz com que a marca siga em expansão, através da qualidade dos produtos e serviços. “O segredo do sucesso é o amor pelo o que a gente faz, o respeito pelo consumidor e a qualidade. Isso é o nosso diferencial”, conclui. Maria de Fátima.
(Materia da Revista GN Litoral)